quarta-feira, 5 de maio de 2021

Até Breve



Como explicar a despedida? Este vago que nos enche o peito, que transborda sentimentos e não há como explicar, é algo forte e incompreensível que deduzimos como saudade. 
Acredito que a vida não é medida pelo numero de vezes que respiramos, e sim pelos momentos que nos fizeram perder o folego. A saudade é a explicação do que já se foi, daquilo que já não será algo mais presente.

Saudade! É ausência de um vazio que permanecerá constante em todos os corações necessários. Muitas vezes, este sentimento se abala e preenche de forma que não há como segurar e  acaba transbordando e se demonstrando presente pelos olhos.

Saudade, palavra que carrega consigo a falta de algo que foi importante e que permanecerá sempre em nós. Às vezes, essa saudade se agita, transborda, impossível de conter. Sentir saudades é o eco de uma felicidade vivida, a prova de que o amor esteve presente. E nessa inexplicável saudade, a dor se faz sentir, machuca, porque é a memória teimosa que mantém viva aquilo que não temos mais, infelizmente partiu.

E é a saudade que nos traz a certeza de que há algo além, um reencontro em um futuro que se aproxima. Transforma um ponto final em uma vírgula, uma pausa que antecede uma continuação, uma história que se seguirá. Há saudades que se acalmam, outras que nos consomem, mas todas elas são memórias de amor que não morrem.

Se sentirmos saudades é porque existiu ali a felicidade, e que realmente houve algo chamado amor. Assim inexplicavelmente a saudade dói, machuca. A saudade é a insistência da memória de manter vivo o que já não temos, e da mesma forma trazendo nos a certeza de que há algo além e que haverá um reencontro em breve, fazendo assim aquele ponto virar uma virgula para uma continuação de uma história. Há saudades que se podem matar, há outras que são capazes de nos fazer morrer. Mas a saudade é sempre uma memória de amor que nunca irá morrer.

"SE A NOSSA ESPERANÇA EM CRISTO SE LIMITA APENAS A ESTA VIDA, SOMOS OS MAIS INFELIZES DE TODOS OS HOMENS." - ( Coríntios: 1519)

Como a citação de Coríntios nos lembra, nossa esperança em Cristo ultrapassa as fronteiras desta vida terrena. Existe algo maior do que o que podemos ver e tocar, uma promessa que nos guia além da despedida, além da saudade.

Pela vida se passam bosques e florestas, oceanos e rios, o alto e o baixo. Assim nestas subidas e descidas foi a intensa realidade  que se mantem sempre presente. Percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, e descobrimos infinitos. Cada momento exige o tempo de seguirmos o próprio caminho, alcançarmos a alegria e chegamos ate a viagem que, diga-se de passagem, para uma nova jornada. Desta forma esta pequena saudade é o simples aguardo de um reencontro que certamente acontecerá em momento oportuno, e que trilharemos do mesmo caminho de quem já o percorreu.

Cada momento nos pede que sigamos trajetos incertos, busquemos a alegria e nos preparemos para a próxima viagem, para uma nova jornada. Uma despedida, uma saudade, é sempre necessária antes de podermos nos encontrar outra vez, e que qualquer despedida seja apenas um momento de ate breve, pois sei que todos nos reencontraremos seja onde for.