Como o vento que não se pode enxergar, mais sentimos quando nos toca, igual a ansiedade que não se dosimetria por
certo, mais existe, igual ao súbito que não se espera, mais no seu momento
chega e já se foi... Isto é, sem avisar, o fim da vida. Justamente quando não
se espera nada, alias (!) quem é que espera pelo fim?
Partir, é algo que nem tanto quem foi ou aqueles que ficaram, poderão
compreender. Em um momento estamos entre todos, outra hora, estamos distante de
todos e junto dos outros... Não há riqueza, pobreza, inteligência, fama, influencia
política, profissão... Em fim, ninguém escapa desse encontro. Cedo ou tarde a
famosa “senhora da foice” vem de encontro a nós.
E os planos, e as ambições, os desejos os sonhos? Você de ganhar aquela
promoção, possui novos objetivos de carreira, trocou de carro ou casa dos seus
sonhos, precisa cumprir algo que deixou pendente ontem, pagar uma conta, deixar
os filhos na escola, e no meio do trajeto da rotina desgastante, em uma tarde
ensolarada, você morre. Como assim? Atônitos os que ficam começam a se fazer
perguntas.
Indagações sem respostas: E as promessas a cumprir? Viagem em família? E
aquele sorvete com os filhos que foram remarcados por causa da reunião inadiável
(?). É, o fim chegou! De que valeram tantos anos de dedicação ao trabalho
árduo? De que valeu acumular tanto dinheiro, fama, influência e poder?
Há ainda os que escolhem a hora de partir, movidos irracionalmente pela
depressão, decepção, desilusão, sem a felicidade que o dinheiro não comprou,
pobres pessoas (!). Muitas vezes não importa a riqueza se existe um vazio de
felicidade no coração, que é a essência que move nossas vidas não preenche todo
seu ser.
Então, vêm os porquês? Como se perguntas respondessem as dúvidas
existentes... Mas a ordem natural caminhavam tão fluente na sua vida: Emprego,
relacionamento, amor, casamento, filhos, lar, estabilidade.
Em simples piscar de olhos, tudo se esvai... Independente da forma,
lugar, hora ou ocorrência, sempre iremos nos perguntas o porquê? Ceifar é uma
interrupção abrupta que nós nunca estaremos prontos para entender. Sempre
existirá o momento que seremos obrigados a se retirar daqui, independente se é
o melhor parte ou não da vida, mais sempre sem sequer se despedir de ninguém,
ou ter realizado aquilo que esperava ser importante para nossa vida.
Você segue sem saber se vai chegar no seu destino, começa um projeto sem
ter a certeza que vai concluí-lo, diz que é feliz, mas esconde a infelicidade
atrás de um sorriso pré-moldado. Malha todo dia e morre em plena segunda-feira
pela manhã. Queremos sempre viver bem a vida, mas não temos prioridades. Na
correria não conseguimos distinguir trabalho, lazer, tempo pra família.
Morrer desfaz a ordem natural dos nossos planos. Morrer é um momento
inescapável que marca nossa saída deste plano e petrifica ou não nossas
lembranças a partir daí. Quem vive esperando o futuro pra ser feliz, perde a
felicidade de cada momento da vida e do presente, preso às amarguras do passado
e impedindo a felicidade do amanhã.
Não deixe que traumas do passado lhe impeçam de agarrar as novas
oportunidades de ser feliz que a vida lhe dá. Esse é o grande mistério da vida,
a capacidade de recomeçar, de se recompor, e seguir adiante depois de cada
decepção. O melhor mesmo é fazer agora, é começar agora, ou mesmo recomeçar,
pois deixar pra amanhã não tem garantia nenhuma. A vida bem vivida não é aquela
orientada pela aparência, dinheiro, aquisições, status social ou nível
intelectual, e sim pela busca da paz interior nos pequenos detalhes.
Para aproveitar o melhor da vida, não espere aquilo que era rotina se
transformar em lembrança. Por isso viva tudo que há para viver. Deixe marcas.
Então comece se perguntando: Será que deixaremos boas lembranças ou
simplesmente seremos lembrados como aquele que já foi tarde (?). Dessa vida
nada podemos levar (!) Exceto sua bagagem de conhecimento, seus aprendizados e
feitos em prol de evolução, pois a única herança que ninguém poderá nos tirar é
o conhecimento (!) Mas podemos deixar inúmeras coisas.
Então deixe as sementes plantadas, seja de alegria, paz, amor, carinho, dedicação,
histórias, conhecimento, exemplos e contudo a boa conduta aos que irão falar de
você.
Aproveite cada momento como se fosse único, deixe boas impressões, abrace
outrem, desperte a essência de sua criança presa dentro de sua memória, sorria
independente de qualquer coisa. Desapegue-se de tudo que pode enegrecer o seu
coração e tornar a vida mais pesada do que ela já é.
Grafar as lembranças ruins no ferro e as boas lembranças na areia da
praia é o maior erro que torna muitas vidas vazias e infelizes, inverta essa
situação.
O que fica na vida não é o ponto de partida, nem o ponto de chegada, são
as sementes que plantamos ao longo caminho. Perdoe! Viva, e não apenas exista
sem significado.